Música

Você conhece a “Rainha do Baião”?

por Mila Ramos

terça, 25 de julho de 2017

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Carmélia Alves, a mulher que levou o baião para o mundo.

Filha de nordestinos, Carmélia Alves nasceu em 1923 no bairro de Bangu, no Rio de Janeiro, em plena quarta-feira de cinzas. Seu pai, um homem cearense e muito festeiro, organizava blocos carnavalescos, festas juninas e conjuntos de baile e a cercava de seus cantos nordestinos.

Ainda jovem era aprovada por todos os programas de calouros do qual participava, entre eles o da Rádio Ipanema – incentivado por Manoel da Nóbrega – e, o mais temido de todos, aquele apresentado por Ary Barroso na Rádio Tupi. Logo depois foi convidada a participar de outro programa de Ary, “Estrada do Jacó”, onde ele apresentava seus melhores calouros. Após terminado o ginásio seguiu o estímulo de seu irmão e optou por trilhar a carreira artística.

Destacou-se no final dos anos 40 interpretando a música “Me leva” com Ivon Cury, composta por Hervé Cordovil. Viveu o auge de sua carreira entre os anos 50 e 70 após interpretar grandes sucessos do baião, como “Trepa no coqueiro” (Ary Kerner, 1950), “Sabiá lá na Gaiola” (Hervé Cordovil, 1950) e “Cabeça Inchada” (Hervé Cordovil, 1951).

Mesmo sendo carioca da gema, defendeu o ritmo com muito brilho, ocupando um espaço único. Carmélia teve seu valor reconhecido pelo próprio Luiz Gonzaga – o Rei –, que a condecorou como a “Rainha do Baião”. Juntos fizeram shows históricos no Teatro João Caetano com o projeto “Espetáculo das Seis e Meia”: após o horário de expediente, multidões lotavam o teatro certos de encontrar os dois artistas. O resultado deste sucesso extraordinário foi confirmado no disco “Luiz Gonzaga e Carmélia Alves”, gravado ao vivo em 1977.

Carmélia Alves cantava com orquestra instrumental no Copacabana Palace, ganhou todos os prêmios importantes da década de 50, era reconhecida no Brasil e na América Latina e vendeu milhares de cópias. Seu sucesso era tão grande que a gravadora Continental se viu obrigada a ampliar sua filial em Buenos Aires para conter a venda tão grande para o mercado hispânico.

Despediu-se na noite de 3 de novembro de 2012, aos 89 anos, sendo velada no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, local onde passou a viver no ano de 2010.



Descubra mais sobre Carmélia Alves na página do artista.




Mila Ramos é fascinada por música e foi em seu trabalho com bandas cover em 2012 que encontrou uma nova paixão: o Music Business. Especializou-se em Marketing e Design Digital pela ESPM-RJ e somou seus conhecimentos ao mundo musical como Produtora Artística. Em 2017, entrou para o Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB). Lá chegou ao cargo de Coordenadora de Comunicação e, sob sua gestão, conquistaram o Prêmio Profissionais da Música 2019, e o Programa Aprendiz esteve entre os finalistas de 2021.

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