Supersônicas

Talita Avelino tinge seu repertório autoral de “Azul Bahia”

por Tárik de Souza

quarta, 31 de janeiro de 2018

Compartilhar:

Paulista radicada em Salvador desde 2015, num caminho inverso a boa parte da geração recente da MPB, Talita Avelino em “Azul Bahia” (Natura Musical) traz os resultados palpáveis de sua imersão estética. Ela estreou no EP “Pequena flor”, e em 2013, destacou-se como finalista do FENAC, festival para compositores. Com a cantora Marcela Bellas e as instrumentistas Diana Ramos e Larissa Lacerda, ela criou em 2015 o grupo As Marditas, onde toca acordeon e violão.

Produzido por Leco Brasileiro (que divide as principais guitarras com Rovilson Pascoal) e a própria Talita, “Azul Bahia” valoriza timbres locais como As Ganhadeiras de Itapoã, que participam da vinheta título e “D”Iemanjá”. A cantora Larissa Luz é a convidada da libertária “Amor barato”, de Jô Bilac, uma das raras faixas que não traz a assinatura da solista: “Ninguém me governa/ sou muito sincera/ já mando a letra/ te falo de cara/ só sigo meu som”. “Jogo de Ifá”, um ijexá banhado em sopros afro beat, tem direito a um belo solo de trombone de Matias Traut. A melíflua “Deixe só” (parceria com Herbert Valois) traz cuíca em cadencia de tango. A percussão baiana pontua mesmo o samba “O bom da vida” (“é amor/ vê se desprende dessa vida/ larga de tudo/ joga pra cima e vem/ atrás de quem te quer além”).  E esse é o ritmo da saideira, “Vale um samba”: “que a vida vale a pena/ não vale a pena é sofrer/ a vida é pequena”.   


Comentários

Divulgue seu lançamento