Prosa & Samba

São Paulo e o Samba que me encantou…

quarta, 21 de dezembro de 2022

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"Um samba muito bom 
Que me contagiou 
Me encantou…"

Trecho do Samba “Praça 14 Bis” do Compositor: Eduardo Gudin


Estamos chegando a mais um término de ano e claro, não poderíamos fechar este ciclo  sem apresentar a todos um panorama humilde sobre o cenário do samba paulista e seus novos trabalhos. Nesta megalópole cultural, o samba ainda é um ato de resistência, apesar de bem acolhido nas comunidades, somente agora ele começa a frequentar as altas rodas da sociedade paulistana. 

Em um passado não tão distante, o gigante Paulinho da Viola cantou sobre a importância de nosso samba chegar ao Teatro Municipal e hoje em São Paulo, a sonoridade do ritmo extrapola fronteiras e une as pessoas em seus diversos espaços. Estes movimentos que ganharam potencialidade no fim dos anos 90, são conhecidos hoje como “Comunidades” e a função destes espaços é socializar através da música. 

Hoje tenho como missão ser a candeia para que vocês possam conhecer novos nomes desse cenário, muitos desses nomes, vocês podem já ter ouvido falar, mas outros serão novidades para vocês e basta ouvir alguns minutos nas plataformas digitais e se conectar a estes novos rompantes do samba paulista. 

Vamos lá!

Quando olhamos de forma singular para este movimento temos que realçar aqueles que, anos após anos, contribuem com a formação de novos nomes  para este cenário, projetos como: o Samba da Vela, liderado pelo sambista Chapinha e amigos, a galera do Deu samba na Cabeça e do Samba que é Massa, o Pagode da 27, onde os irmãos Rabello se unem a grandes músicos e movimentam a região sul de São Paulo, a humildade e sonoridade da Comunidade Maria Zélia, que harmoniza a Região do Brás, os apaixonados pela boa música como os Amigos da Vila Carolina, Samba do Congo e o Clube dos amigos da Velha Guarda, que reúnem a nata do samba na Zona Norte, a valentia da Comunidade Samba Jorge e o Quintal dos Prettos, que constroem laços na Zona Leste, o Berço de Samba de São Mateus, que se transformou em um valente reduto do samba raiz e outros mais de cem projetos espalhados pela cidade que contribuem diretamente para expansão da música.

Quintal dos Prettos / Foto de Leonardo Vitulli

Neste cenário de amplitude, no Litoral paulista, as rodas do Samba Sem Teto, em São Vicente (SP), a Velha Guarda da Vahia (Santos-SP), Roda de Samba da Melhor Qualidade (Santos-SP), Pagode do Zaza (Guarujá-SP)  e tantos outros encontros movimentam e alimentam a esperança de que novos nomes e novas composições apareçam para o cenário musical. 

Estes projetos ajudam a fomentar e abrir caminhos para novos profissionais que buscam seu lugar no mercado musical. Neste tempo de plataformas digitais, vivemos cada vez mais conectados e temos a oportunidade de conhecer trabalhos infinitos que estavam escondidos dentro de algum baú online. Hoje é mais fácil desbravar estes novos caminhos e claro explorar e conhecer mais sobre nomes que estão em ascensão dentro deste universo. 

Mas claro que deixo aqui, não uma regra, mas acredito que a necessidade de conhecer estes nobre nomes e ter a oportunidade de explorar a sua musicalidade,  em um ano onde a pandemia nos forçou a mudar a rotina, a música se transformou na fiel companheira de muitos e nomes como: Ademir da Silva, Douglas Germano, Dodô Santos, Emerson Urso, Leandro Matos, Leandro Augusto, Léo Fé, Mauricio Pito, Rica Araújo, Waldir Dicá, o talento primoroso vindo do interior através da sonoridade do Grupo Alvorada, Diogo Nazareth, Matheus Crippa merecem a oportunidade de serem ouvidos.   

Valorizar a chance incrível de conhecer talentos femininos como: Adriana Moreira, Amanda Maria, Bernadete, Didi Gomes, Eliana de Lima, Elizeth Rosa, Grupo Entre Elas, Fabiana Cozza, Raquel Tobias, Roberta Gomes, Roberta Oliveira, Sandra Regina Alves, Sol Carvalho e tantas outras…

E claro, como o Filme Ao Mestre com Carinho (1967) de James Clavell, nutrir de aplausos ininterruptos aos grandes Germano Mathias, a discografia de Osvaldinho da Cuíca, Royce do Cavaco, Thobias da vai-vai e um abraço especial a todos estes valentes que contribuem para a continuidade. 

A música tem um poder incrível e infindo de penetração nas diversas camadas de nossa sociedade, somente ela, tem o poder de construir e solidificar algo invisível e imperceptível, que alimenta nosso corpo e alma, algo intangível, conhecido pelo nome de Esperança!

Deixo aqui um link especial contendo os trabalhos destes profissionais do samba paulista!

E fecho este ciclo enaltecendo este fogo altaneiro que alimenta cada um de nós, viva a música, viva o Samba, Boas Festas, Axé! 


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