Jogada de Música

O goleiro na hora da música

sábado, 03 de agosto de 2019

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Se de médico e louco todo mundo tem um pouco, o mesmo se pode dizer de artilheiro e goleiro. Na coluna do mês passado falamos do momento máximo do futebol, o gol. Agora será a vez daquele que entra em campo para evitá-los. E nada o deixa mais angustiado que a hora do gol, como já há tempos compôs e cantou o saudoso Belchior, nos primeiros versos e acordes de “A divina comédia humana”, gravada originalmente em “Todos os Sentidos”, disco de 1978.

  • 23 (faixa 9)

Anti-herói do futebol, o goleiro, porém, exibe um charme especial, por ter de se vestir com um uniforme inteiramente diferente dos demais companheiros. Em geral é um líder nato. E também meio masoquista, apesar dos goleiros-artilheiros surgidos nas últimas décadas. No fim, quem leva o gol, tendo culpa ou não, é ele, aquele por quem – quase sempre - a bola passa antes de vencer a linha fatal. Futebol é um jogo coletivo etc etc etc. Mas o camisa 1 não pode falhar, já alertou Jorge Benjor, em “Goleiro (vou lhe avisar)”, música de seu álbum “23”, lançado em 1993.

  • L (faixa 3)

No entanto, uma defesa milagrosa, decisiva, na cobrança de um pênalti, por exemplo, pode transformar este anti-herói num santo. Quantos já não foram “canonizados” por torcedores e pela mídia esportiva? São Marcos, São Victor... Mas, na hora do pênalti, tem goleiro que treme, segundo o saudoso pianista Marco Ferrari, que compôs a instrumental “O medo do goleiro diante do pênalti” e, ao som de torcida em estádio lotado, tabelou magistralmente com o saxofonista Flávio Corilow, o baixista Gilberto de Syllos e o baterista J. Manoel Scabello, o Mané, em seu CD “L”.

Mais na linha popular, o cantor e compositor Edvaldo Santana, que já teve outra música sua sobre futebol gravada por Lenine (“O jogador”), canta as dificuldades e as injustiças que os arqueiros enfrentam. E, entre grandes artilheiros citados na letra, ele faz uma homenagem especial ao injustiçado Barbosa, camisa 1 da seleção brasileira de 1950; Mão de Onça, que defendeu o Ituano e o Juventus-SP, e Gilson, do Esporte Clube Bahia, time da várzea de São Miguel Paulista, bairro da periferia paulistana onde Edvaldo nasceu e cresceu.

Quando entrar setembro, outra boa nova vai entrar em campo. Aguarde!


Fonte da imagem: DragonImages / Adobe Stock



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