Supersônicas

Nação Zumbi escala sua playlist em “Radiola NZ vol. 1”

por Tárik de Souza

terça, 02 de janeiro de 2018

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Na era das playlists, o pernambucano Nação Zumbi resolveu colocar a sua em disco. “Radiola NZ vol. 1” (Babel Sunset) percorre latitudes estéticas dispares, armado do maracatu de dez toneladas de decibelagem do grupo.

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Gravado entre Fortaleza, Rio e São Paulo, desfilam o literal “Balanço”, do soulman Tim Maia, com maior peso nas quebradas rítmicas e uivos mais furiosos de guitarra. Faixa título do disco zen/rural de Gilberto Gil, “Refazenda” ganhou tambores e metais da Orkestra Rumpilezz, do maestro baiano Letieres Leite, enquanto a Jovem Guardiã “Não há dinheiro que pague”, de Renato (e seus Blue Caps) Barros, maior densidade e cama de órgão. Inspirada no clima selvagem da peça “Dois perdidos numa noite suja”, do teatrólogo Plínio Marcos, “Dois animais na selva suja da rua”, de Taiguara, projetada na voz de Erasmo Carlos, surge revigorada. O mesmo ocorre com “Amor” (João Ricardo/João Apolinário), pérola rascante dos Secos & Molhados, que inclui decisiva participação de Ney Matogrosso. Com ele, o Nação dividiu o palco do mais recente Rock In Rio, na releitura do disco clássico do grupo que implodiu o pop/rock nacional nos 70. O departamento internacional do repertório é movido a psicodelia beatle (“Tomorrow never knows”), sexy soul de Marvin Gaye (“Sexual healing”) e uma das metamorfoses do mutante David Bowie (“Ashes to ashes”). 


(Crédito da imagem: capa do álbum Radiola NZ Vol. 1. Arte de Shiko)

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