Ponteio

Bituca: um gênio

quarta, 26 de outubro de 2022

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A música brasileira é a melhor do mundo. Não conheço outra que tenha tantos artistas em profusão e com tanta genialidade. Um deles é Milton Nascimento, ou Bituca, como ele mesmo prefere, e que neste 26 de outubro entra para a seleção daqueles que completaram 80 primaveras.

Falar do Bituca artista é meio que chover no molhado. São tantos aspectos que daria para ressaltar: a beleza vocal que Elis Regina denominou de “a voz de Deus”, o canto único com expressão de paz, o compositor que trouxe melodias ímpares e letras raras, o artista que ajudou a tantos outros com o simples verso que todos eles deveriam “estar onde o povo está”.

Contudo, devo admitir, caro leitor, que Bituca transcende em minha vida. 

Ainda criança me encantei com “Coisas da vida”, uma ode ao amor, então, trilha sonora da novela “Rainha da Sucata”. Poucos anos depois, quando Ayrton Senna faleceu tragicamente, lá estava ele embalando meu luto com sua voz melodiosa entoando “Canção da América”, música preferida do piloto.

Na época de acadêmico universitário mudei de canção, mas seguia com Bituca me guiando na poética “Coração de Estudante”, que anos mais tarde descobri ser um hino das Diretas Já. E mesmo quando a música sumiu da minha vida (em uma grande crise de depressão), a única voz que ressoava era a sua me dizendo que “não quero mais a morte/tenho muito que viver”.

Por isso tudo, Bituca é um gênio. Consegue aliar a técnica perfeita dos grandes mestres com a sensibilidade, a beleza, a nostalgia, a liberdade, o amor, e a voz dos oprimidos. Dá para dizer que nunca perdeu a essência do menino que vê o mundo com os olhos da pureza. Um menino, um moleque que está sempre vivo no seu coração e que lhe lembra de coisas bonitas que nunca deixarão de existir. Como a sua obra.






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