Ponteio

Um Ponteio para Edu Lobo

quarta, 16 de agosto de 2023

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Quando resolvi criar este espaço para falar de músicas sabia que queria falar da canção brasileira. A única situação que me deixou embaraçado foi o nome. De fato, não havia parado para pensar até que um amigo me indagou qual seria. Pensei em muitos e não decidi por nenhum. Foi quando este mesmo amigo me disse que o que eu queria fazer seria “pontear” a MPB e sugeriu “Ponteio”, a magnífica obra campeã do III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, de 1967, de autoria de Capinan e Edu Lobo, que completa 80 anos nesse mês.

Dois segundos após a sugestão já havia batizado esse espaço de Ponteio. Além, de fato, de combinar com a proposta exaltaria uma canção que julgo perfeita e, que por ironia do destino, quase não foi composta. Isto, pois, quem convenceu Edu a participar do festival foi Dori Caymmi. Edu ao ouvir a melodia da canção que Dori já havia iniciado, pensou no verso: “quem me dera agora eu tivesse a viola para cantar...”

Porém, Dori Caymmi fez uma confusão e acabou suspendendo o convite a Edu Lobo, afinal, Nelson Motta, que já era seu parceiro de outrora, também trabalhara na criação da letra. Dori ligou sem jeito para Edu, que entendeu a situação e não se ofendeu com a dispensa. (Mas cá entre nós: que bobagem trocar Edu por Nelson...)

Mesmo sem a parceria, Edu Lobo já tinha “a viola pra cantar” e deu sequência no tema que começara a imaginar. Criou a música, que deu ao poeta Capinam a incumbência de colocar a letra. Tudo isso a três dias do fim do prazo para as inscrições no festival. O final todos conhecem.

Além de Ponteio, Edu fez tantas outras obras lindas que enriqueceram a nossa música: “Reza”, “Arrastão”, “Mariana”, “Beatriz” e “Choro bandido” são algumas delas. E o Ponteio deste mês não poderia falar de outra coisa que não fosse de Edu Lobo!

Ouça o programa 


 


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