Tapecar conversa com Tom da Bahia, da dupla Tom e Dito

A gravadora acaba de relançar o álbum “Obrigado Corcovado” nos streamings e reeditá-lo em vinil

Logo após anunciar o relançamento de “Obrigado Corcovado”, da dupla Tom e Dito, a gravadora Tapecar entrevistou Tom, que agora assina como Tom da Bahia, no restaurante Garota de Copacabana, Rio de Janeiro. As perguntas foram bastante focadas sobretudo na passagem deles pela Tapecar, quando saiu “Obrigado Corcovado” (1971) e “Tom e Dito” (1973). Tiveram também outras perguntas sobre memórias musicais e uma palhinha no violão com os sucessos de “Não Peça Perdão” e “Capim Barba de Bode”.

Ricardo Morais, da  gravadora Tapecar, durante entrevista com Tom da Bahia.

A dupla Tom e Dito surgiu na virada dos anos 1960 para 1970, numa época de efervescência de grupos vocais baianos, a exemplo de Antônio Carlos e Jocafi. No início dos anos 1970, conseguiram espaço na recém-criada gravadora Tapecar, de Manolo Camero, famosa por dar oportunidade a novos talentos da nossa música e acolher veteranos como Elza Soares, Noite Ilustrada e Dora Lopes.

“Obrigado Corcovado”, além de uma raridade cobiçada por colecionadores, traz um repertório dotado de swing que veio a ser redescoberto por DJs na virada dos anos 2000 através de faixas como “Amanhangá”. Quando perguntado sobre qual a sensação de ter sua obra relançada e procurada por essa nova geração, ter a dupla resgatada, Tom respondeu:

“É uma energia muito boa, me dá estímulo para continuar sobrevivendo da arte e da música.”

Para quem não se lembra, a dupla compôs há cerca de 50 anos a música tema da série “A Grande Família”, regravada por Dudu Nobre no início desse século e amplamente difundida nos lares brasileiros. Ambos são autores também de “Tamanco Malandrinho”, gravada por Antônio Carlos e Jocafi.

Mesmo após a diluição da dupla, ambos continuaram na ativa. Tom passou a ser Tom da Bahia e hoje em dia toca todas às sextas diversos estilos no Garota de Copacabana. Dito também manteve sua carreira, sendo um dos autores de canções famosíssimas como “Ilariê”, eternizado pela Xuxa, e “É o Tchan no Hawai”, do grupo É o Tchan.

Os dois primeiros trabalhos da dupla foram restaurados e remasterizados e chegaram oficialmente (e finalmente!) pela primeira vez às plataformas digitais este mês. Além disso, o álbum de estreia da dupla foi relançado em vinil na 24ª Feira de Discos de Vinil, no Rio de Janeiro, e Tom esteve presente.

Você pode conferir a entrevista na íntegra está nas plataformas digitais da Tapecar (Youtube e Instagram).