Show "UBIRAJARA" de Soraya Ravenle em únicas apresentações no Teatro Café Pequeno

segunda, 13 de fevereiro de 2023

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Cantorias nas janelas e pátio do próprio edifício para aplacar a solidão durante a pandemia, encontros com vizinhos com quem nunca havia conversado ao longo de quase 30 anos, e a descoberta do significado de Ubirajara, nome do seu edifício, inspiraram esse trabalho de Soraya. Investindo cada vez mais na diluição das fronteiras entre corpo, voz e interpretação, a artista reconhece este trabalho como diferente de todos os que já fez.



ÚNICAS APRESENTAÇÕES: dias 24, 25 e 26 de fevereiro (6ª, sab e dom)
Teatro Municipal Café Pequeno
Av. Ataulfo de Paiva, 269 - Leblon   Tel: 21 3085-0662
HORÁRIOS: 6ª e sábado às 20h e domingo às 18h
INGRESSOS: R$20,00 e R$10,00 (meia)
VENDAS: www.sympla.com.br
DURAÇÃO: 60 min
CLASS. INDICATIVA: livre 


Era ainda o primeiro semestre de 2020, início da pandemia, quando um planeta inteiro se resguardava em casa, perplexo, sem entender muito do que acontecia. Neste momento, artistas de todo o mundo ocupavam janelas e terraços com sua arte, cantando, dançando e tocando instrumentos na busca de trazer alento e diminuir a solidão de cada um isolado em seu quadrado. Assim fez Soraya Ravenle, ao cantar para os moradores do seu edifício, o Edifício Ubirajara - nome que deu origem ao show que começou a ser gestado em plena incerteza, e que chega aos palcos com direção de Inez Vianna.

Ubirajara vem do idioma indígena Tupi, formado pela junção dos elementos “übürai”, que significa “lança” e ”yara”, que quer dizer “senhor” - “senhor da lança” ou “senhor da vara”. 

“Ubirajara é o nome do prédio onde moro há 26 anos, onde criei minha filha. Somente durante a pandemia fui procurar saber o que significa esse nome. Somente durante a pandemia, cantei na janela e conversei com muitos vizinhos com quem não tinha trocado mais do que um bom dia, uma boa tarde, um boa noite. Bons encontros estão acontecendo na vizinhança. Novas redes de afetos… (…) Esse show nasce da cantoria na janela, que passou para a quadra do prédio e agora vai para os palcos, todos os possíveis… que nem sabemos quais serão…”, conta a artista.

Neste trabalho, que a própria Soraya reconhece como diferente de todos os que já fez, são difusos os limites entre corpo, voz e atuação – as três as expressões existem absolutamente interligadas. Numa fluidez cênica contínua, não vemos onde começa uma e termina a outra.

“Para mim, UBIRAJARA é um show libertador, onde as fronteiras do canto, da dança e da poesia, estão borradas, dialogando com esse nosso tempo atípico. São vários os estilos musicais que compõem o show, sobressaindo a canção brasileira, em toda sua potência e originalidade, agregando aos arranjos uma sonoridade peculiar.”, explica a artista.

Soraya Ravenle está fisicamente só no palco, mas em boa companhia, como ela mesma define. Em cena, dialoga com artistas e amigues que contribuíram com as bases sonoras, formando uma costura colorida de sons. Suas presenças são ouvidas ao longo de todo o show: Edu Krieger no violão; Maria Clara Valle no violoncelo; Joana Queiroz no clarone; Pc Castilho e sua flauta; Diego Zangado no batuque; Julia Bernat e Stella Rabello no violão e vozes; Pedro Luis na faixa dançante tirada do Arco do Tempo (CD de Soraya com músicas de Paulo Cesar Pinheiro), além de cantos à capela.

A diretora, Inez Viana, celebra o encontro artístico tardio com a colega de anos: “Além da alegria de compartilhar com a Soraya essa criação, o nosso encontro artístico me traz uma emoção singular, pois apesar de nos conhecermos há quase 30 anos, a minha admiração por seu talento, por sua trajetória e por sua eterna busca pelo conhecimento, aumenta a cada dia desse novo mundo, que estamos todes tendo que aprender a escutar e a lidar.”


SORAYA POR SORAYA

“Nesse momento de vida, tenho a sensação de ter vivido muitas encarnações. A estudante de piano que fazia acrobacia, amava desenhar e também cantava no coral da escola e no grupo vocal judaico, fazia balé e teatro, enquanto trabalhava com bonecos e performava nas ruas com um grupo de teatro e dança. Que passou pela Cia de Atores e Bailarinos da Regina Miranda, fez vocal para Fernandinha Abreu e desembocou no teatro musical numa encarnação duradoura, de mais de 30 musicais. Nesses últimos 10 anos volta pra casa, um terreiro de pesquisa, estudos e liberdades. Ubirajara é dar asas ao desejo velho, muito velho, de provocar as conversas e interseções outras do corpo, voz e palavra, sabendo que as divisões são absolutamente ilusórias: voz é corpo que é palavra que é corpo que é voz que é...  Assim nasce Ubirajara”, que começou com janelanças no prédio onde moro há quase 30 anos”, lembra Soraya.



Encaminhado por JS Pontes Comunicação / Foto de Cristina Granato 



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