“Selvagem”, o novo CD de Ro Ro tem até baião
por Tárik de Souza
Preguiçosamente associada ao trinômio rock/blues/balada, a indomável Ângela Ro Ro, nomeada artisticamente a partir de sua gargalhada trovejante, vem quebrando limites. Depois do estupendo samba de breque “Acertei no milênio” (de seu disco homônimo, em 2000) no novo álbum “Selvagem” (Biscoito Fino) ela cai de boca no baião em “Parte com o capeta”: “tenho parte com o cão/ tenho parte com gato, com onça, com ave, gigante e anão (...) quando faço o bem, não importa a quem/ mas quando me aperreio, /sai da frente, eu não tenho freio!”
Feita a advertência bem humorada, Ro Ro também embarca na causa feminista, no samba com o nome da lei de proteção à mulher, “Maria da Penha” (“desce o morro pra me ajudar/ não cansei do meu amor/ mas cansei de apanhar”). “Caminho do bem”, engaja-se na inescapável causa ecológica, em tempos de ruralistas insanos e um presidente americano a favor da queima de carvão.
Mas o disco gravado em parceria (também autoral, em algumas faixas) com o tecladista que a acompanha há 30 anos, Ricardo Mac Cord, também traz a matéria primal da cantautora, rock/blues/balada (e a bossa “De todas as cores”). Em temas de amor (“Meu retiro”, “É simples assim”) e desamor (“Sai de mim”, “Nenhuma nuvem”). Ro Ro de boa safra.
Fonte da imagem: https://glo.bo/2wEUaNH
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