Supersônicas

Originais sambam nas plataformas digitais

por Tárik de Souza

quinta, 20 de julho de 2017

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Distante dos pagodeiros de boutique subseqüentes, o grupo carioca Originais do Samba fazia jus ao nome quando apareceu, na Bienal do Samba, em 1968. Constituído por ritmistas das escolas de samba carioca, arregimentava Mussum (depois revelado humorista, incorporado aos Trapalhões), Bidi, Chiquinho, Lelei, Rubão e Bigode, o único remanescente na formação atual. Com exceção de “Os Originais do Samba” (1969) e “O samba é a corda e os Originais a caçamba” (1972), lançados anteriormente, desembarcam agora pela Sony Music todos os demais títulos do grupo, de 1969 a 1983, disponibilizados pela primeira vez nos serviços de streaming e download. “Os Originais do samba volume 2” (1970) trazia o raro Jorge Ben de “Se papai gira” e “Vou me pirulitar” e pot-pourris, de  Chico Buarque (“Tem mais samba”, “Sonho de um carnaval”, “Quem te viu, quem te vê”) e de sambas clássicos, como “Exaltação à Portela”, de Monarco . O sambalanço “Tá chegando fevereiro”, de João Mello e Jorge Ben, foi sucesso no disco seguinte, “Samba é de lei”, que trazia ainda Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito (“O bem e o mal”) e até um inusitado “Eu queria ficar sambando”, de Roberto e Erasmo Carlos. O grupo seguiu em frente, desvelando primazias de Jorge Ben (“Lá vem Salgueiro”, “Falador passa mal”), Eduardo Gudin e Paulo Cesar Pinheiro (“Ilusão maior”), de quem lançaram o sucesso “Lá se vão meus anéis”. Antes que isso se tornasse rotina, eles enquadraram hits de Roberto e Erasmo no compasso do samba (“Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, “Quando”, “Jesus Cristo”, “Não quero ver você triste”). Em 1974, no disco “Pra que tristeza”, Mussum estréia como autor (“Complicação”) e os Originais emplacam o megasucesso, “Tragédia no fundo do mar” (“assassinaram o camarão”). “Os bons sambistas vão voltar”, de 1976 destaca Jorge Aragão (“Só quem não cantou fui eu”) e a inesperada presença da dupla Edu Lobo e Vinicius de Moraes (“Eu agradeço”). Gilberto Gil (“Ela”) e Caetano Veloso (“Gema”) também foram incorporados ao trajeto do conjunto, que, em 1983, descobria Zeca Pagodinho (“Depois do temporal”, com Beto sem Braço) no ano em ele foi lançado no dueto com Beth Carvalho “Camarão que dorme a onda leva”. Não por acaso, Zeca participa, ao lado do pagodeiro Reinaldo, de “Ontem, hoje e sempre”, o disco novo dos Originais, que sai junto com o catálogo digital

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