Chico Bernardes no Bona

quarta, 31 de julho de 2019

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Chico Bernardes é um jovem cantor e compositor paulista, que teve, agora em junho, seu primeiro álbum, homônimo, lançado pelo Selo RISCO. Chico fará o show sozinho no formato voz e violão, apresentando as composições do disco, bem como versões de músicas que gosta de tocar quando está sozinho.

Confira um pouco mais sobre seu trabalho mais recente, por Marcus Preto:

A reação imediata é cair em questionamentos do tipo: como pode um garoto de 17, 18 anos ter sido capaz de descrever aspectos de nossas cavidades emocionais tão profundas, daquelas que costumam gastar uma vida longa para serem exploradas, compreendidas, formuladas? Mas logo a memória nos remete a dados históricos e nos lembra, por exemplo, que Chico Buarque escreveu “Morena dos Olhos d’Água” aos 22 e que Caetano Veloso ainda não tinha 25 quando fez “Alegria, Alegria”. Alguns artistas nascem artistas. Ao que indica seu álbum de estreia, que chega agora pelo Selo Risco, Chico Bernardes é um desses casos.

Bernardes não é Buarque e nem Veloso. Corre outro caminho, muito mais ligado à tradição de Bob Dylan, Neil Young e Joni Mitchell do que à de Tom Jobim, João Gilberto e Dorival Caymmi. Mas, como um Buarque ou um Veloso, e ao contrário de quase toda a geração brasileira com mais de 30 e menos de 50, ele coloca o texto como centro gravitacional de seu trabalho. Ganha o ouvinte pela palavra, antes de tudo. Como seus ídolos, faz uso do violão para contar uma grande história, sem precisar de fogos artificiais espetaculares para produzir grandeza.

Chico Bernardes fez 20 anos agora em junho. Compõe há quatro e faz faculdade de música há dois e meio. No começo de 2017, tinha cinco canções prontas quando foi atrás de Gui Jesus Toledo para que o ajudasse na produção de um EP. Gui estava atolado de trabalho e o projeto ficou à espera. Quando voltaram ao assunto, Chico já tinha dez canções. Produziram o álbum juntos, a quatro mãos.

São composições muito pessoais, íntimas e subjetivas. E o próprio Chico já havia arranjado, tocado e gravado todas elas em casa, com as ferramentas do próprio computador. Já tinha dado a elas as cores e dimensões que deveriam ter para melhor traduzi-lo. Em estúdio, pouca coisa foi reinventada. O mais importante desse processo industrial foi chegar a um resultado técnico que pudesse ser compartilhado com o mundo com a devida qualidade. Por isso, e também para manter o máximo desse tom pessoal, íntimo e subjetivo, o próprio Chico executou todos os instrumentos. Como se continuasse sozinho, em casa.

Por tudo isso, o álbum é "Chico Bernardes" essencialmente Chico Bernardes. A narrativa desenvolvida no conjunto de canções é igualmente subjetiva, quase autobiográfica. E, também por tudo isso, absolutamente universal. Ela desenha o caminhar do adolescente para a vida adulta, com as descobertas e os questionamentos surgidos no processo de crescimento, entre os 16 e os 19 anos. Muitas dessas questões, os mais velhos sabemos, ele ainda terá décadas depois e para sempre. Provavelmente por essa razão, não se vê qualquer traço de ingenuidade nem no desenrolar dos raciocínios e nem na linguagem que envolve suas equações. São as cargas que trazemos conosco desde o começo e das quais, por desejo ou necessidade, nem sempre iremos nos livrar.

São amores bem e mal sucedidos, realizados ou platônicos (“Distante”, “Enquanto Eu Estiver”, “Do seu Lado”, “Sem Palavras”). São buscas existenciais que, em vez de respostas, geram sempre novas buscas existenciais (“Me Encontrar”, “Novo Momento”, “Esse Navio”). São viagens oníricas e psicanalíticas por lugares esfumaçados da consciência (“Um Astronauta”, “O Espelho”). São reflexões políticas geradas pelo Brasil dos nossos tempos (“Vago”). 

São lampejos do que é bonito e triste e relevante e ambíguo e sedutor e inevitável para quem vive esse mundo em 2019, tenha você 20, 40 ou 80 anos.


SERVIÇO:
Show: Chico Bernardes canta seu disco de estreia  
Data: 04 de agosto, Domingo
Horário: 19h30 às 22h30
Local: Bona (próximo ao metrô Faria Lima)
Endereço: Rua Álvaro Anes, 43, Pinheiros - SP
Ingressos (valor único):
R$ 35,00  (+R$ 3,50 taxa)    
https://www.sympla.com.br/
Capacidade: 100 pessoas



Encaminhado por: Assessoria de Imprensa Bona
Fonte da imagem: foto Divulgação

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