As Canções que Inspiraram as Escolas de Samba

Chegou mais um carnaval! É tempo de curtir blocos e escolas de samba que vão passar pelas ruas e avenidas de todo país! E o carnaval é um tema constante na MPB: vários compositores já cantaram a folia de Momo sob vários aspectos. Mas dá para dizer que o contrário também é verdadeiro: os autores da nossa canção já inspiraram as escolas de samba com suas poesias ao longo do tempo. 

No carnaval do Rio de Janeiro, há 60 anos, em 1964, o Império Serrano levou para a avenida o enredo “Aquarela Brasileira”, uma homenagem a Ary Barroso inspirada em Aquarela do Brasil, seu samba-exaltação mais famoso. Um samba que vai homenageando as riquezas, as tradições, o povo do Brasil. Pois, essa exaltação também está presente no samba-enredo do Império Serrano: citando regiões e estados brasileiros bem como suas características, folclores e pontos turísticos. Aquarela Brasileira, de Silas de Oliveira, se tornou um dos clássicos do gênero no país.

Como também se tornou clássico “Peguei um Ita no Norte”, samba-enredo do Acadêmicos do Salgueiro, de 1993, inspirado na canção homônima de Caymmi, de 1954, que narrou a viagem a bordo do navio que sai de Belém do Pará e vai até o Rio de Janeiro. Seguindo a mesma estrutura, o samba do Salgueiro se destaca, principalmente, pelo seu refrão cantado até hoje em estádios de futebol: “explode coração/na maior felicidade/é lindo o meu Salgueiro/contagiando e sacudindo essa cidade”.

Inovação maior realizou a Mocidade Independente de Padre Miguel, em 2015, quando pela primeira vez na história fez que uma música, literalmente, virasse o enredo, utilizando, praticamente, todos os versos de uma canção para criar seu samba, alas e alegorias. A música escolhida foi “O Último Dia”, de Paulinho Moska e Billy Brandão, que canta o fim do ano e vai repetidamente perguntando: “O que você faria se só te restasse um dia?”

O ano de 2015 também marcou uma outra inovação. A Unidos do Viradouro trouxe para avenida uma música transformada em samba-enredo: na verdade duas – a junção de “Nas Veias do Brasil” e “Um Dia de Graça”, ambas de Luiz Carlos da Vila.  Quatro anos depois, o Império Serrano fez “O Que é O Que é?”, de Gonzaguinha seu enredo. Pegou a canção e fez ela passar na avenida, sem alterações e mudanças, em um enredo que tratava sobre a vida.

Por isto, o Ponteio de hoje lembra essas e outras canções? E você, se fosse carnavalesco qual canção faria passar na avenida?

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