Supersônicas

A cantora Anna Ratto transmuta-se em “Tantas”

sexta, 13 de abril de 2018

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Nascida numa família musical, a carioca Anna Luisa Soares Rodrigues da Cunha Ratto aos 13, já estudava violão, depois canto, percepção musical, piano e percussão. Mas formou-se em psicologia e estreou, em 2003, no projeto “Novelas acústico”, da gravadora Deck. Três anos depois lançava o primeiro disco de carreira, “Do zero” (Independente), com composições próprias, e outras de Seu Jorge, Rodrigo Amarante, Pedro Luís e Rodrigo Maranhão. Em 2009, lançou o segundo, “Girando” (Universal) e entrou no circuito cultural de shows e turnês pelo país. Até então seu nome artístico era Anna Luísa, mas em 2012, mas por questões judiciais – outra artista já havia registrado esse nome - ela mudou para Anna Ratto, título do CD (da Bolacha Discos) que lançou neste ano, seguido de um “Anna Ratto ao vivo”, em 2015.

Ela ressurge agora comTantas (Biscoito Fino), disco de intérprete, com uma única autoria, “Frevolenta” (com Jam da Silva), mais próxima de um baião estilizado, que do frevo. A ideia foi dar voz a outros compositores: “queria gravar essa gente talentosa que está ao meu redor, me senti totalmente desobrigada de compor desta vez. Meu último projeto era um apanhado da minha carreira, fechava um ciclo, estava na hora de experimentar novas ideias”. Para isso, além do giro autoral, ela convocou dois experientes produtores de outras praias, o DJ e baterista Marcelo Vig e o guitarrista Jr. Tostoi, do Vulgue Tostoi, habitual produtor de Lenine.

“Chamei o Vig para pensar comigo esse novo caminho e convidamos o Jr. Tostoi também porque eu queria sair um pouco dessa linha mais conservadora da MPB e trazer uma ousadia, uma experimentação da qual eu vinha sentindo falta”, admite. 

Só há um samba, mesmo assim, de viés eletrônico, “Pode me chamar”, de Fabio Trummer, da banda pernambucana Eddie. A saltitante marchinha carnavalesca “Desbunde” (Matheus Von Krüger/ João Bernardo) vai pelo mesmo trilho enviesado, com direito a uma fala de Posada (da banda Posada e o Clã). Emoldurada pelos violinos do Quinteto da Paraíba, na valsa “Ana Luisa”, de Rodrigo Maranhão, ela reassume o nome original (embora com apenas um “n”): “Se quer entender/ de onde eu vim, como e porquê/ sou Ana Luisa/ na hora precisa”. Da confidente “Nicho” (Caio Prado), só voz, violão e leve guitarra, ao descompasso entre o canto e a azáfama de sopros de “Pra você dar o nome” (Tó Brandileone, do grupo 5 a Seco), Anna Ratto ainda encara a roqueira “Inemurchecível” (João Cavalcanti, ex-Casuarina) e “Aviéntame”, da banda mexicana Café Tacuba, da trilha sonora do filme “Amores perros”, em costura de violões bossa nova, de Fernando Caneca



Fonte da imagem: Capa do álbum 'Tantas', de Anna Ratto (Foto: Nana Moraes)

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