Supersônicas

“Sintetizamor”, a aventura eletrônica de Donato e Donatinho

por Tárik de Souza

quinta, 27 de julho de 2017

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Fenômeno de longevidade musical, o tecladista, compositor e arranjador acreano João Donato, precursor da bossa nova, continua inovador, aos 82 anos. Associado ao filho caçula Donatinho, mago da eletrônica, 32, em “Sintetizamor” (Deck), ele faz uma travessia para a disco music pop, mas repleta de sutilezas. “De toda maneira” (“Encontrei Moreira/ perguntou cadê Donato?/ e me disse que vai lá”), cerzida pela guitarra do terceiro parceiro, Davi Moraes, abre o roteiro num pique de pista de dança. “Surreal”, com os parceiros adicionais, Julia Bosco e Domenico Lancellotti, homenageia Herbie Hancock, num funkão de sopros comentaristas (Marlon Sette, trombone, Diogo Gomes, trompete, Ricardo Pontes, flauta). Mas surreal mesmo é “Clima de paquera”, parceria de pai e filho, com um dialogo sensual via secretária eletrônica com a mesma Julia Bosco, azarada pelo mais velho dos Donatos. “Quem é quem” (com Jean Kuperman) remete a um dos discos clássicos de Donato em sua volta definitiva ao Brasil, em 1973. Outros dois pairam no ar: “A bad Donato”, gravado nos EUA em 1970, quando ele mergulhou na tecladaria funk, e “Donato elétrico”, de 2016, elevado a uma potencia ainda mais aguda no atual, com distorção de voz, e eletrônica de ponta a ponta. Ou quase: “Vamos sair à francesa” (com Ronaldo Bastos) e “Ilusão de nós” (com João Capdeville), conservam o inconfundível balanço do piano Rhodes do mestre da bossa. Capaz de injetar substancia aventureira na letra em inglês de “Interstellar”, de Gabriela Riley, e em “Hao chi”, com recitativo em chinês de Fernanda Sung. Lançamento, dia 4 de agosto, no SESC Belenzinho, em São Paulo.


Fonte da Imagem: http://bit.ly/2vaXyyQ\

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