Os artistas que brilharam em 2019
TEMA DO MÊS de NOVEMBRO!
O ano ainda não acabou, mas o IMMuB já está em ritmo de retrospectiva. Em Novembro, estamos recapitulando os artistas que se destacaram em 2019, fazendo desse ano ponto de virada ou momento marcante de suas carreiras. Em termos musicais, pode-se dizer que foi um bom ano. Foram muitos os álbuns, singles e EPs de altíssima qualidade lançados por artistas que já fazem parte da memória musical de hoje!
Abaixo, listamos alguns desses artistas que apresentaram grandes novidades esse ano. Ficou faltando alguém? Conte pra gente nos comentários qual foi o melhor acontecimento musical de 2019! :D
Depois de seu misterioso hiato, no qual o cantor ficou fora de cena por quase um ano, Tiago Iorc retornou ao mercado em grande estilo, com o lançamento do álbum visual Reconstrução, que apresentou 13 músicas inéditas. Todas elas ganharam elogiados clipes amarrados entre si em uma mesma narrativa, fazendo do lançamento um dos pontos mais altos da ainda curta carreira de Iorc. E pelo que dá a entender no disco, ele ainda tem muito a nos oferecer! E não demorou muito: meses depois de Reconstrução, em 20 de setembro, ele lançou um álbum ao vivo, reinaugurando o já antológico formato Acústico MTV, que foi febre comercial entre os anos 1990 e início dos anos 2000.
Provando que é sempre possível se reinventar, a diva Fafá de Belém lançou, em abril de 2019, um álbum que já está consagrado como um dos mais importantes de sua carreira. Estamos falando, é claro, de Humana! O disco foi lançado pelo selo Joia Moderna e traz uma Fafá diferente da usual: mais introspectiva, melancólica, menos exuberante, porém com o mesmo vozeirão de sempre! Misturando compositores das mais diversas gerações e estilos da MPB, como Jards Macalé, Letrux, Joyce, Lulu Santos, Ava Rocha e Adriana Calcanhotto, o repertório se provou contemporâneo e atemporal ao mesmo tempo. Sem dúvidas, uma pérola na extensa discografia de Fafá!
E por falar em reinvenção, Alice Caymmi também soube experimentar novos caminhos em 2019. Depois do já antológico Rainha dos raios, de 2014, e de Alice, álbum do ano passado que bebeu na fonte do universo pop, a cantora surgiu em 2019 de cabelo raspado e punhal nas mãos, encarnando uma trágica personagem da mitologia grega. O álbum Electra, também lançado pela Joia Moderna, mostra Alice no auge de sua interpretação, em repertório que reúne pérolas obscuras da MPB, de compositores como Fagner, Tim Maia, Walter Franco e Maysa. Os arranjos de voz e piano e a voz grave de Alice dão o tom imponente desse que foi um dos grandes discos do ano, de uma cantora que já pode ser considerada uma das melhores de sua geração!
Depois de quase 5 anos sem lançar um álbum de inéditas, Pitty entrou em 2019 com o disco Matriz, no qual procura abordar sua história e origem, desde as primeiras influências musicais em Salvador até o presente, no qual já está consolidada como uma das grandes cantoras e compositoras do pop rock brasileiro dos anos 2000. Músicas como Bicho solto e Ninguém é de ninguém provam que a cantora e compositora ainda está em plena forma.
Depois dos revigorantes A mulher do fim do mundo (2015) e Deus é mulher (2018), Elza Sores lançou, em 13 de setembro de 2019, o álbum Planeta Fome, produzido por Rafael Ramos. O disco se destaca por uma musicalidade mais suingada que os outros dois e dá continuidade à gravação de músicas de forte teor politizado, com Brasis, Libertação e Não tá mais de graça, além da regravação de Comportamento geral, sucesso de Gonzaguinha ainda muito atual. Com essa trilogia, a cantora de 82 anos se provou mais jovem do que nunca, atraindo multidões para seus shows (como o que realizou no Rock in Rio, na estreia da nova turnê) e mostrando um vigor que dá gosto de ver. O disco ainda ganhou uma capa luxuosa feita pela cartunista Laerte!
Dentro e fora do âmbito musical, Majur foi certamente um dos grandes nomes do ano. A cantora não binária teve sua estreia no início do ano com o EP Colorir, que chamou a atenção de Caetano Veloso e Paula Lavigne, por quem foi apadrinhada. A música Náufrago, em parceria com Hiran, provou que se trata do surgimento de uma excelente artista. A comprovação seguiu com a participação de Majur em AmarELO, single de Emicida que também contou com a participação de Pabllo Vittar, e o lançamento de 20ver, mais novo single de Majur. Que o primeiro álbum venha logo!
Depois de lançar, em setembro de 2018, novo álbum de inéditas, A Pele do Futuro, a cantora iniciou 2019 com turnê que mistura o repertório do disco com clássicos de sua carreira que há muito tempo não cantava em shows, como Chuva de prata, Lágrimas negras, Festa do interior e Bloco do prazer. O show deu origem ao DVD e CD A Pele Do Futuro Ao Vivo, lançados pela Biscoito Fino em 13 de setembro de 2019. A versão ao vivo se destacou pelos registros de músicas até então inéditas na voz de Gal, como O que é que há?, de Fábio Júnior, Motor, da banda Maglore e As curvas da estrada de Santos, de Roberto Carlos. Com produção cuidadosa, o álbum se tornou ponto alto da discografia nacional por retratar essa grande cantora em fase luminosa da carreira.
Depois de muitos projetos esparsos, como seu excelente disco de samba (Antes do mundo acabar, 2015) e o álbum em que deu voz a Itamar Assumpção (Tudo esclarecido, 2012), Zélia Duncan voltou ao estilo pop-folk que a consagrou nos anos 1990. Em Tudo é um, lançado pela Biscoito Fino, a cantora retomou a parceria com Chrstiaan Oyens, amigo de longa data, nos presenteando com composições sensíveis e belas, como Canção do amigo e Olhos perfeitos. Um verdadeiro presente para os fãs e amantes da boa música brasileira.
(Relembre a cobertura do IMMuB do show de lançamento de Tudo é um no Circo Voador clicando AQUI!)
Nome imprescindível da música brasileira, um dos icônicos “malditos” da MPB, Jards Macalé encerrou em 2019 o longo jejum de 21 anos sem lançar um álbum autoral inédito. E o feito veio com Besta Fera, que mostra o compositor ainda em pleno vapor da criatividade e inventividade que o consagraram no início dos anos 1970. Canções como Vampiro de Copacabana, Trevas e Buraco da consolação colocam o disco entre os melhores do ano.
Depois de se apresentar como promessa de grande cantora do pop brasileiro com o álbum Dona de mim, em 2018, o ano de 2019 foi de definitiva consolidação para IZA. Mais requisitada do que nunca, a cantora provou que ainda tem muito a nos oferecer com seus singles avulsos lançados este ano: uma regravação de Divino, maravilhoso com ninguém menos que Caetano Veloso, além de Brisa e Meu talismã, delícias pop. Para completar, IZA ainda brilhou no Rock in Rio em show que deixou todo mundo sem fôlego e que contou com a participação ilustre de Alcione. As duas mostraram que têm muita química na regravação de Chain of fools lançada dias antes da apresentação, e IZA teve o privilégio de ganhar a benção de uma de suas referências musicais. Que ela continue nos surpreendendo nos próximos anos!
Deu pra perceber que 2019 foi um ano e tanto para a música brasileira. Que 2020 seja melhor ainda!
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