Supersônicas

O nordeste vital de Filpo e A Feira do Rolo

por Tárik de Souza

terça, 25 de julho de 2017

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Paulistano, descendente de japoneses, da província de Okinawa, Filpo Ribeiro vê semelhanças entre essa região asiática e o nordeste brasileiro, que fornece a argamassa sonora essencial do recém lançado “Contos de Beira d’água” (Independente). O eloqüente disco é assinado por Filpo (rabeca, viola, pífano, guitarra e voz), ex-integrante do grupo Pé de Mulambo, e A Feira do Rolo, integrada por Marcos Alma (baixo, Rhodes, violão de 7 cordas), produtor musical, formado em Composição e Regência, Gueguê Medeiros (percussão, com destaque para a zabumba e coro), também produtor musical com Licenciatura em Música, e Diogo Duarte (trompete, triângulo e coro), que cursou a Universidade Federal da Paraíba e já trabalhou com Sivuca, Maciel Melo, Natiruts e Ed Motta. Os dois paulistas e dois paraibanos em dez faixas autorais trafegam por xaxado, samba de roda, fandango caiçara, folia de reis e até um raro lundu do norte mineiro, “Melado Venâncio” (Domínio público, adaptado por Filpo). Há ainda, “Forró pra Alice”, ciranda (“Pras bandas de lá”), xote (“Miudinha”, “Chegue devagar”) e o manifesto “Razão” (de Filpo e Marcos), que sintetiza a riqueza do garimpo musical do grupo: “ O que eu vou cantar agora/ não é coisa da cidade/ não se aprende em faculdade/ é coisa do sertão/ o instrumento é de matuto/ esculpido em pau bruto/ só na base do facão”. E mais: “É lundu de São Francisco/ um samba do Seu Biano/ uma toada de Humberto/ um coco pernambucano/ um batuqueiro batucando/ um batuque onipresente/ é a ciência do repente/ no martelo alagoano”. 


Fonte da Imagem: http://bit.ly/2h04RDk

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