Ponteio

O centenário de Emilinha, rainha do rádio e das marchas carnavalescas

segunda, 04 de setembro de 2023

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Emilinha Borba é da primeira geração de grandes cantoras do Brasil. Oriunda da Era de Ouro do Rádio, a carioca do bairro da Mangueira, foi uma das artistas mais populares em nosso país emprestando sua voz anasalada, afinada e agradável às canções populares decantadas até hoje.

O último dia 31 de agosto marcou o centenário de seu nascimento e Emilinha segue sendo referência da MPB. Despontou cedo: aos 14 anos ganhou seu primeiro prêmio na emissora Cruzeiro do Sul. Cantou também no programa “Calouros de Ary Barroso”, obtendo a nota máxima ao interpretar “O X do problema”, de Noel Rosa

Logo depois, começou a fazer parte dos coros das gravações da Columbia. Formou, na mesma época, uma dupla, “As Moreninhas”, com Bidú Reis com a qual se apresentou em vários programas, durante cerca de um ano e meio. Ao fim da dupla, atingiu o sucesso no carnaval de 1939 com a marcha Pirulito cantada em parceria com Nilton Paz. A música se tornou um dos clássicos cantada até hoje nas rodas infantis.

Na década seguinte, emplacou sucessos com ritmos diversificados como a rumba “Escandalosa”, o baião “Paraíba” e o regionalismo como “Capelinha de Melão”, outro sucesso que embala os festejos juninos ainda em tempos atuais. Mesmo sendo eclética, ficou marcada pelas grandes marchas: “Chiquita Bacana”, “Tomara que chova” e “Vai com jeito” são algumas inesquecíveis em sua trajetória.

Em 1968, quando seguia no auge, Emilinha teve um problema de saúde e esteve inativa. A rainha do rádio teve edema nas cordas vocais passando por três cirurgias e longo estudo para reeducar a voz. Seu retorno aconteceu em 1972 em espetáculo realizado no RJ. No início de 1973, interpretou "Israel", a marcha de João Roberto Kelly venceu, mais uma vez, o concurso de carnaval.

Seguia na ativa até 2003 quando lançou “Emilinha pinta e Borba” onde relembrou sucessos e regravações recebendo nomes como Marlene, Emilio Santiago, Cauby Peixoto e Ney Matogrosso. Na verdade, Emilinha segue viva  e marcante em nossa música, e como diz o samba, o seu tempo segue sendo o hoje.


Ouça o Ponteio sobre Emilinha Borba


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