Cultura

Museu de Gilberto Gil tem disco raro, entrevistas com grandes nomes e um karaokê

segunda, 20 de junho de 2022

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No ano em que se torna um octogenário, Gilberto Gil está com a agenda cheia de shows e de lançamentos. Depois de se tornar imortal da Academia Brasileira de Letras, ele sai em turnê com a família pela Europa e tem o seu acervo de fotos, além de parte dos vídeos e áudios que produziu ao longo de sua carreira, reunidos em um museu virtual no Google Arts & Culture. 

lntitulado "O ritmo de Gil", o maior acervo de um artista brasileiro vivo teve curadoria da jornalista e pesquisadora musical Chris Fuscaldo, CEO da Garota FM Edições (autora dos livros "Discobiografia Legionária", "Discobiografia Mutante" e "Viver é melhor que sonhar: Os últimos caminhos de Belchior"). Com ela, um time de mais de 15 profissionais do jornalismo, pesquisa e edição mapeou mais de 41 mil imagens, vídeos e áudios e escreveu 148 exposições. Há textos assinados por, entre outros, Ricardo Schott, Ceci Alves, Kamille Viola, Gilberto Porcidonio, Lucas Vieira, Tito Guedes, Carla Peixoto, Anna Durão, Luciana Azevedo e Laura Zandonadi. 


"Foi uma honra poder mergulhar na intimidade de Gilberto Gil, o artista que mais representa o Brasil. Essas pesquisas aliviaram o nosso isolamento durante a pandemia. De mãos pretas de mexer em fitas guardadas à delícia de entrevistar tanta gente, fizemos um trabalho que, sem dúvida, marca a história da música brasileira. Trata-se de um espaço para quem quer se divertir ou mesmo se aprofundar na história do nosso tropicalista imortal", afirma Chris Fuscaldo.

Entre os amigos/parceiros de Gil, assinam exposições o norte-americano especialista em Tropicália Christopher Dunn e o presidente da ABL, Merval Pereira. Há testemunhos de Marisa Monte, Regina Casé, dos filhos e netos e, claro, da esposa e empresária Flora Gil. Há ainda entrevistas com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Jorge Benjor, Roberto Carlos, Rita Lee, Carlinhos Brown, Luís Inácio Lula da Silva e outros. 


Durante o mergulho nos arquivos de Gil, Chris Fuscaldo encontrou uma fita que o pesquisador Ricardo Schott (que ficou responsável pelos áudios) identificou como um álbum registrado em 1982, com participacão de Roberta Flack e produção de Ralph McDonald, e cancelado por Gil à época. Juntos, os pesquisadores apuraram detalhes das gravações e do cancelamento. Além de uma exposição sobre esse disco gravado em inglês, há uma "Discobiografia Gilbertiana" dividida em seis partes e exposições sobre trilhas sonoras de novelas, além de muitas focadas na família. 

Em seu depoimento, Flora Gil conta como se tornou esposa e empresária do músico. A filha mais velha, a cantora Nara Gil, entrega o que observou sobre o processo criativo do pai, enquanto Bela Gil fala sobre os hábitos alimentares do artista. A temporada de Gil no Ministério da Cultura também rendeu uma série de mostras que mostram o quanto o país teve um ministro preocupado com o "Brasil Profundo". 

Para quem quiser terminar a visita cantando, tem uma exposição chamada "O karaokê de Gil" que traz bases de canções famosas do baiano sem a sua voz, para o leitor cantar junto.

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