Música

Katia B lança o EP "Canções de Outro Mundo", comemorando 40 anos de carreira

quinta, 12 de maio de 2022

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Katia B há muito baila em nossos ouvidos. Sua trilha de vida e música é longa e segue caminho com a chegada de “Canções de Outro Mundo”, EP que traz cinco composições inéditas de Antonio Saraiva, especialmente escritas para a artista a partir de títulos que foram propostos pela cantora ao compositor.

Canções de Outro Mundo” foi produzido por David Brinkworth, Antonio Saraiva e Katia B, com arranjos e instrumentos tocados por Saraiva e incluem, também, participações especiais de Pedro Luís (voz), Marcos Suzano (percussão) e Luis Filipe de Lima (violão de 7 cordas). 

Foto: Branca Bronstein


Circo, teatro, cinema, televisão e muita música

Katia B estava na trupe fundadora do Circo Voador, no Arpoador, em 1982, no grupo do Perfeito Fortuna. Fez teatro, cinema, televisão, publicidade, dança, trabalhando com Maria Clara Machado, Ruy Guerra, Monique Gardenberg, Aderbal Freire Filho, Hugo Carvana, Walter Salles, Amir Haddad, Deborah Colker, entre outros.

Cantou com Fausto Fawcett no Básico Instinto e formou com Stella Miranda a dupla caipira cult Xicotinho e Salto Alto antes de partir para a carreira solo, lançando cinco álbuns e dois DVDs ao vivo, com apresentações pelo Brasil, Europa e Japão. Em seus álbuns, de esmerada produção, Katia contou sempre com colaborações muito especiais como,  Egberto Gismonti, Mitar Subotic (Suba), Plínio Profeta, Sacha Amback, Arto Lindsay, Daniel Jobim, Jaques Morelenbaum, Lucas Vasconcellos e Teresa Cristina, entre outros artistas.

Canções de Outro Mundo” comemora quatro décadas vividas entre palcos e estúdios. 


O outro mundo de Katia B

Com cinco faixas, o EP nasceu do diálogo com o compositor Antonio Saraiva: "Pedi para ele me desafiar, propondo melodias rítmicas, subdivididas. O disco começou por aí e tem a ver com letras que me remetem a um clima mais impressionista, de algo que não se revela totalmente.”  

A seguir, Katia foi propondo os títulos das canções e assim foi se estabelecendo o jogo da criação: "Ele me mostrava as músicas e eu ficava assustada. Eram difíceis de cantar. Até que, de repente, elas faziam sentido e me deixavam maravilhada". Cada faixa apresenta para o ouvinte a ideia de um convite ou desafio a visitar outros mundos e seus mistérios, a serem revelados por uma escuta atenta e profunda.

Âmbar evoca em imagens e sons a ancestral Rota do Âmbar, quando essa “planta pedra” valia mais que o ouro. “É uma música mântrica, com groove e escalas orientais e nordestinas", diz Katia. Esses elementos musicais já se enunciavam em Que horas não são (Vitor Ramil) que Katia gravou em seu primeiro disco "Katia B" (1999) e também no disco "Satolep Sambatown" (2007), de Vitor Ramil e Marcos Suzano. 

Parceiro de Katia B no Coletivo Samba Noir, Suzano em Âmbar toca berimbau, bendir e pandeiro em meio à orquestração que conjuga eletrônica, arcos, saxofone e as muitas vozes de Katia. A música abriu alas para a chegada do EP, lançada como single em 18 de março e como clipe no dia 31 do mesmo mês. Assista aqui:

 

Vale ressalta o singular encontro da eletrônica com o violão de 7 cordas de Luís Filipe de Lima, outro parceiro no Samba Noir, espetáculo de 2015, com direção de arte de Batman Zavareze, que relê clássicos da música brasileira e adiciona texturas eletrônicas à sonoridade castiça do samba-canção. O contínuo minimalismo da faixa é tela para o canto modal e os vocais de Katia B multiplicados no estúdio.

De Longe é uma travessia "por atalhos e desvios". O movimento como meta. A sonoridade acústica dos violões se funde aos sintetizadores carregando a voz de Katia, que evolui com fluidez na ampla extensão melódica e sua base harmônica. "De onde vim, já é lá, e é hora de partir…".

Seco traz o “acerto da conta”, uma emboscada, duelo, disparos e sangue entre sequenciadores, cordas, viola, guitarras e percussão. Em dueto com Katia, o cantor e compositor Pedro Luís, amigo e parceiro de longa data, encena, encarna e “aquece no aço a rima”.

Dois, a última faixa do EP, é uma canção curta e vasta. Tece um inventário de delicadezas ("Pequeno gesto, pequeno olhar, pequena graça, pequeno abrigo…") Pode sugerir uma atmosfera romântica, pode se expandir para o cosmo. “O amor que move o sol e as outras estrelas”, como cantou o poeta.

A gravação e a mixagem ficaram a cargo de David Brinkworth, produtor inglês radicado no Brasil que trabalhou com artistas como A Cor do Som, Azymuth, Marcos Valle e Arthur Verocai. Antonio Saraiva, por sua vez, coleciona participações em mais de 50 álbuns e músicas gravadas por Ney Matogrosso, Carminho, Pedro Luís, Alexandre Nero e Via Negromonte, entre outros.

Portal de sonoridades, convite ao mergulho, salto na surpresa, nave que se lança. “Canções de Outro Mundo”, de Katia B, está no mundo. Que não cessa de ser outro, sempre.


Encaminhado por Belmira Comunicação


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