Inéditas e argutas parcerias de Claudio Nucci e Felipe Cerquize em “Integridade”
?Um dos fundadores do conjunto vocal Boca Livre, no final dos anos 70, Claudio Nucci iniciou carreira solo em 1980, e teve canções gravadas por Emilio Santiago, Nana Caymmi, Zizi Possi e Eliane Elias, além de participar de projetos com Chico Buarque, Edu Lobo, Guinga, Sérgio Mendes (“Brasileiro”, Grammy de melhor álbum de world music, em 1993) e o panamenho Rubén Blades (“Mundo”, outro Grammy de world music, em 2003). Nucci ainda voltaria ao Boca Livre (2001 a 2003) e integrou a Banda Zil, em 1988, engatilhada para lançar o DVD comemorativo de 30 anos neste 2018.
Sem álbum com inéditas desde “Casa da lua cheia” (1999), ele dispara logo dez em “Integridade – Parcerias com Felipe Cerquize” (Independente), co-produção de Nucci e Rafael Lorga, nas plataformas digitais neste 1º de março, e show de lançamento dia 15, no Teatro Rival Petrobrás, no centro do Rio.
fonte da imagem: https://goo.gl/89i4Tw
Poeta, compositor e escritor, Cerquize gravou os álbuns “Minas Real” (2012) e “Léguas” (1999), tem parcerias com Fernando Brant, Sérgio Ricardo, Luiz Carlos Sá, Marcio Borges, Murilo Antunes, Philippe Baden Powell e Tavito. Sua voz é ouvida logo na primeira faixa, a bossa do título, “Integridade”. Lenine tem participação especial na cadenciada “Sempre só” e o bossanovista Roberto Menescal cerze com a guitarra gingante “Olhos d’água”, da qual é parceiro com uma evocação de seu clássico “O barquinho” (“banho na beira da praia/ antes que a tardinha caia”).
O filho de Claudio, Vicente Nucci, dueta com o pai nas regiões agudas de “Sentimentos”. O piano comentarista de “Certeza” é de Antonio Adolfo e o lapeano Moyseis Marques comunga do picotado jogo de palavras do samba “Descarada” (“sinto a farpa quando dedilho a harpa/ solo em sua presença ensolarada”). A bordo dos violões de aço e nylon, Nucci conta com um elenco instrumental versátil: Renato Anesi (violão tenor, bandolim, cavaquinho, viola caipira, violão folk), Rômulo Gomes (contrabaixos acústico, elétrico e fretless), Claudio Infante (bateria e percussões), Marcelo Cebukin (saxes barítono, tenor, clarinete, trombone e flautas), Antonio Guerra (piano, Rhodes, acordeon) e Alexandre Machado (gaita). E fecha o disco, em companhia de Zélia Duncan, no dialético (e já antológico) samba “Rio de março”, argutas reflexões sobre a ex-Maravilhosa: “Meio lero, meio lira/ assim é a nossa cidade/ meio livre, meio grade/ entre a mentira e a verdade (...)/ Rio de Janeiro, Rio degenerou/ Rio de Janeiro, Rio regenera!”.
Comentários