Cultura

Documentário Sambalanço, a Bossa Que Dança

terça, 03 de dezembro de 2019

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Sinopse: Nos anos 50 e 60, entre boates de Copacabana e bailes nos subúrbios do Rio de Janeiro, surgiu um ritmo que conquistou admiradores no Brasil e em todo o mundo.  Misturando jazz, samba e música latina, o Sambalanço vendeu milhares de discos. Durante 15 anos o diretor Fabiano Maciel e o crítico Tárik de Souza gravaram shows e entrevistas dos principais nomes do ritmo: Durval Ferreira, Ed LincolnOrlandivo. Também filmaram com Eumir Deodato, Elza Soares e muitos outros. Sambalanço, a Bossa que Dança é um documentário que já nasce como um registro inédito, raro  e histórico.

O filme

Longa reúne depoimentos de grandes nomes da cena musical dos anos 50 e 60 que fizeram o Brasil dançar.

Sambalanço é um ritmo que surgiu no final dos anos 50 e início dos anos sessenta, nas boates de Copacabana e nos bailes nos subúrbios do Rio de Janeiro, misturando jazz, samba, bossa nova e música latina. O ritmo dançante contagiava quem estava nas pistas, conquistando o público de todo o Brasil e admiradores em todo o mundo.

A história do Sambalanço e de seus principais artistas está sendo resgatada no documentário longa-metragem “Sambalanço, a Bossa que Dança”, com direção de Fabiano Maciel -premiado diretor de “Galáxias” (2014); “Todos os Brasileiros do Mundo” (2014); “Oscar Niemeyer, A Vida é um Sopro” (2005), entre outros, e roteiro de Tárik de Souza -uma das maiores referências do jornalismo musical brasileiro, autor de cinco livros entre eles um específico sobre o Sambalanço.  O filme foi produzido pelas produtoras cariocas Telenews, Tv Zero e pelo Canal Brasil.

"Ao contrário da bossa nova, um movimento estético organizado e acompanhado por vários teóricos de plantão, o Sambalanço surgiu em paralelo, na surdina, nas boates da zona sul e nos clubes da zona norte do Rio de Janeiro." (Tárik de Souza)

O documentário, que tem estreia no Festival MIMO 2019 no Rio de Janeiro fala sobre a obra de três importantes artistas brasileiros, os músicos Durval Ferreira, Ed Lincoln e o cantor Orlandivo, excelentes contadores de história, resgatando e lançando um novo olhar sobre este estilo diferente de tocar. O filme tem depoimentos de Durval Ferreira, Orlandivo, Eumir Deodato, João Donato, Elza Soares, João Roberto Kelly, Silvio Cesar, Doris Monteiro, Clara Moreno, Amanda Bravo, Ed Motta, Marco Mattoli, Jadir de Castro, Wilson das Neves, Nilo Sérgio Filho, Henrique Cazes e do ator Paulo Silvino. Também mostra registros inéditos da série de shows de Ed Lincoln feitos em 2003 no Centro Cultural do Banco do Brasil. Material precioso, pois foi a última vez que Ed Lincoln tocou ao vivo.

“Para quem já conhece, é uma bela oportunidade de ver, ouvir e reviver músicas incríveis. Para quem nunca ouviu falar do Sambalanço, é a chance de conhecer a história de músicos que literalmente colocaram o país pra dançar. Ed Lincoln já fazia misturas inusitadas em seu órgão elétrico muito antes do sampler. Com um detalhe: elas faziam o mesmo sucesso em clubes sofisticados e em bailes populares. Era preciso contar a história deste ritmo, que até muito pouco tempo estava esquecido nas estantes empoeiradas dos sebos de discos e relembrar estes artistas geniais.”, afirma o diretor Fabiano Maciel.

Algumas curiosidades sobre o documentário:

*O mérito do filme: fala de músicos que fizeram muito sucesso, foram reconhecidos, mas também foram esquecidos pela grande mídia.

*Mostra como o Sambalanço se formou, começando nas boates  Arpege, de Waldir Calmon e Drink de Djalma Ferreira. A família de Djalma Ferreira cedeu para o filme imagens raríssimas da boate nos anos 50.

*O filme prova a sofisticação de artistas que nos anos 60 eram considerados pejorativamente como “pop”, como Celso Murilo, Silvio Cesar e Pedrinho Rodrigues.

*Gravamos o que foi provavelmente o único show de Ed Lincoln em um teatro (CCBB-Rio em 2003) e que foi também sua última apresentação junto com Durval Ferreira e Orlandivo

*Gravamos com Durval Ferreira na Musidisc, gravadora que lançou os maiores sucessos do sambalanço. Durval faleceu em 2007 e o estúdio Musidisc fechou recentemente.

*Entrevistamos em julho de 2015 Jadir de Castro, o gênio da batucada, baterista que nos anos 50 tocou com os principais nomes do jazz latino na Europa, contracenou com Brigitte Bardot no clássico “E Deus Criou a Mulher”, de 1956. Jadir faleceu 15 dias depois.

*Mostramos no filme um Rio de Janeiro em super-8, arquivos incríveis, coletados de arquivos pessoais de turistas de vários lugares do mundo que andaram pela cidade nos anos 50 e 60.

*Também arquivos inusitados, como uma aula de como dançar bossa nova na tv alemã em 1965.

*O filme mostra o pouco conhecido lado musical de Paulo Silvino, parceiro de Orlandivo desde a juventude.

DIREÇÃO biografia

Fabiano Maciel é diretor e roteirista de documentários e programas de televisão. Seu trabalho mais conhecido é o longa-metragem Oscar Niemeyer, A vida é um Sopro, exibido em mais de cem festivais, mostras e canais de tv no Brasil e no exterior. Formatou e dirigiu series para os canais HBO, Futura, Cultura, Tv Escola, Sportv, ESPN, Multirio, Canal Brasil, entre outros. Gosta muito de cinema mas queria mesmo era ser percussionista numa banda cubana.

FILMOGRAFIA:
Transamazônica, Uma estrada para o passado, série documentário para o HBO, co-direção com Jorge Bodanzky, estreia 2020
Quando o Brasil era Moderno, documentário, longa-metragem, estreia 2020
Todos os Brasileiros do Mundo, série documentário, TV Brasil, History Chanel, 2013
Galáxias, documentário, longa-metragem, 2013
Oscar Niemeyer, a Vida é um Sopro, documentário, longa-metragem, 2005
Carrapateira Não Tem Mais Ciúmes da Apolo 11, documentário, média-metragem, 2003
Pracinha, ficção, curta-metragem, 2002
Vaidade, documentário, média-metragem, 2002
Moçambique, documentário, média-metragem 1996
Frechal, terra de preto, documentário, média-metragem 1996

Tárik de Souza, roteirista

Jornalista carioca, começou na revista Veja em 1968, onde foi repórter, redator e editor de música. Escreveu para outras publicações como Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Isto é, Vogue, Elle, Show Bizz, Opinião, Pasquim, Som 3, Coo-Jornal, Movimento, Playboy, Jornal da República, entre outras. Foi colaborador da revista Carta Capital entre 2011 e 2016. Foi consultor das três séries de fascículos História da Música Popular Brasileira, da Editora Abril. Em 1974, fundou e editou a revista independente Rock (A história e a glória)/Jornal de Música. Apresentou programas na TVE/RJ (“Os músicos”, “O show é a música”, “Os repórteres”) entre 1981 e 1989. Foi redator e colunista musical do Jornal do Brasil de 1974 a 2011. Produziu e apresentou na rádio JB/AM o programa “Na Batucada da Vida” em 1991. De 2005 a 2018, produziu e apresentou na rádio MEC AM/FM o programa semanal “Bossamoderna”, retransmitido pelas emissoras Cultura (SP), Nacional (Brasília) e Inconfidência (BH).  É autor dos livros “Rostos e Gostos da MPB” (com Elifas Andreato), de 1979 e “Som Nosso de Cada Dia”, de 1983, (ambos da editora L & PM), “Tem mais samba _ das raízes à eletrônica” (Editora 34, 2003) e co-autor com Márcia Cezimbra e Tessy Calado da biografia de Tom Jobim, “Tons sobre Tom” (Editora Revan, 1995) e dos livros “Brasil Musical”, com Ary Vasconcellos, Roberto Muggiatti, Roberto M. Moura, Luis Carlos Mansur, João Máximo (Art Bureau Editora, 1988). “Brasil, rito e ritmo”, com Ricardo Cravo Albin, Leonel Kaz, João Máximo e Luis Paulo Horta (Aprazível Editora, 2003) e Sambalanço, A Bossa que Dança, Um Mosaico (Kuarup, 2016).

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