Supersônicas

Davi Moraes viaja em torno das guitarras em “Tá em casa”

por Tárik de Souza

sexta, 08 de dezembro de 2017

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Filho do novobaiano fulcral Moraes Moreira, Davi Moraes, em 15 anos de carreira lançou dois discos (“Papo macaco”, 2002, “Orixá mutante”, 2004), dividiu um com o pai (“Nossa parceria”, 2015) e agora chega ao terceiro título solo, Tá em casa (Deck). A mulher, Maria Rita (filha de Elis Regina) participa de uma das faixas, o dueto amoroso “Só nós dois” (do solista e Adriana Calcanhotto), entre a canção e o bolero.

Mesmo nascido no Rio, que celebra no samba choro com teclados (do co-autor Fernando Moura) “Tarde em Botafogo”, Davi mantém a via direta com a Bahia, de Marcio Victor (Psirico), no afoxé inaugural, “Vem de Malê”, parceria com Peu Meurray e Samir: “Vem toda de branco/ batendo tamanco/ me diga o que é/ é de candomblé”. “Rio Vermelho” (com Quito Ribeiro), a partir do título, é mais um aceno à baianidade, com a adesão do astro da axé music, Saulo Fernandes. O funk matricial marca presença em “L&R” (outra parceria com Moura), homenagem à lendária dupla Lincoln Olivetti & Robson Jorge, e “Menina do gueto” (outra com Samir), aberta numa batucada. “Cutuca” (dele com Fred Camacho e Marcelinho Moreira), já gravada por Maria Rita, ateia samba no recheio, que tem ainda carimbó e merengue, em “Do Caribe” (Moraes/Moura/Guilherme Maia/ Rodrigo Campello), trançado pelas guitarras de pai e filho paraenses, Manoel e Felipe Cordeiro, baixo de Kassin e bateria do aclimatado francês Stéphane San Juan. Tudo termina em frevo pernambucano, do grande mestre Capiba, “Recife, cidade lendária”, mas numa pegada ralentada, onde conjugam-se os timbres de Davi (violão e guitarra) e Jaques Morelembaum (cello), numa tessitura inusitada. 

Fonte da imagem: https://goo.gl/W1dUSm 

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