Cobertura IMMuB

Claudya e Grazi: um gigantesco encontro de gerações!

por Caio Andrade

sexta, 12 de maio de 2023

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Na última quarta (10), o IMMuB teve o prazer de cobrir o show “Encontro de Gerações”, com Claudya e sua filha, Graziela Medori, diretamente do Fino da Bossa - Canção de Autor, em São Paulo. O show celebrou o aniversário de Claudya no exato dia em que completou 75 anos, com a artista buscando cantar músicas do repertório de Grazi e vice-versa.


Antes mesmo de destacar o repertório, vale pontuar também o local escolhido: coincidência (ou não), Claudya relembrou uma trajetória que começou justamente num programa chamado Fino da Bossa, ao lado de nomes do primeiro escalão da MPB como Elis Regina e Jair Rodrigues. O lugar, bem pequeno, porém aconchegante e intimista, lembrou aqueles ambientes das boates dos anos 1950/60.

Acompanhadas por Caetano Ribeiro (baixo/violão) e Alexandre Vianna (piano), a seleção de músicas começou com “Terra de Ninguém”, a canção que abria o programa Fino da Bossa. Logo no início foram feitas também homenagens a perdas significativas na nossa música, como Rita Lee (falecida na véspera desse show) e Gal Costa (falecida no fim de 2022) com as canções “Ando Meio Desligado” e “Baby”. O repertório, de um modo geral, foi muito bem escolhido e daria tranquilamente base para um projeto entre ambas - já pensou? Tivemos desde “Com Mais de 30”, de Marcos Valle, até “Samba Malandro”, do segundo disco de Grazi, composta por Chico Medori, seu pai.

Durante a apresentação, Claudya teve que socorrer a filha em vários momentos, que infelizmente estava gripada e não conseguiu mostrar todo seu potencial. Ela havia brincado nas redes sociais que não ia ter “Não Chores Por Mim, Argentina”, grande sucesso da mãe dos tempos do musical Evita, e comentou, após o show: “Já pensou se eu tivesse prometido ‘Não Chores Por Mim, Argentina’? Como ia ficar com essa voz? Não adiantou nada ensaio.”

A sintonia e espontaneidade entre ambas no palco foi visível, e o show parecia quase uma reunião de família, já que Alexandre é marido de Grazi e fez os arranjos do álbum mais recente da sogra, “A Nossa Bossa Sempre Jovem” (2022). E Claudya, mesmo longe da época que brilhou com “Deixa eu Dizer” ou “Jesus Cristo”, ainda conserva a mesma energia e talento que a consagrou. O show foi tão bom que quando a gente percebeu…acabou.

Se Claudya é um fenômeno da sua geração, Grazi não fica atrás. Com um timbre que lembra bastante o da mãe quando tinha sua idade, possui um belo trabalho em uma carreira que só está começando. Esse “encontro de gerações” celebrado no Fino da Bossa foi a prova que talento e simpatia podem ser herdados, sim! E que honra a nossa poder ter vivido isso de pertinho, ao vivo e a cores. Ficamos até pro bolo!


Da esquerda para a direita: Caetano Ribeiro, Alexandre Vianna, Grazi Medori e Claudya.

Mas essa matéria aqui é apenas o começo! Já está no ar nosso sorteio de um livro autografado por Claudya (clique aqui) e ainda tem uma entrevista saindo do forno este mês…



Fotos de Mila Ramos


Caio Andrade é graduado em História da Arte na Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ), pós-graduando em Jornalismo Cultural (UERJ) e Assistente de Pesquisa e Comunicação no Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB) desde 2020. Grande apaixonado por samba, pesquisa sobre o gênero há mais de uma década, além de tocar em rodas e serestas no Rio de Janeiro.


 


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