Supersônicas

Ana Costa e Carrapicho Rangel: um banquete de voz e bandolim

por Tárik de Souza

quarta, 29 de novembro de 2017

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Em seu quinto álbum, a cantautora Ana Costa divide o protagonismo com o bandolinista Cleber Rangel, conhecido no meio musical como Carrapicho, apelido que ganhou do pai, presidente de uma escola de samba de Araraquara, SP.

“Ana Costa & Carrapicho Rangel – do começo ao infinito” (Zambo) é um disco autoral, com oito assinaturas da solista, em parcerias diversas. Como o choro em descaídas, “Rouxinóis” (com Magali), o batucado/ rendilhado (por Carrapicho, titular do grupo instrumental Código Ternário) “Rosa no jongo” (com Socorro Lira), a bossa “Bela’ (com Marcelo Caldi) e o samba “Inspiração”, com Luiz Carlos Máximo, equilibrado no fio vocal e bandolim: “Sei que sou um instrumento que essa louca tem nas mãos/ traz angústia ao meu peito e à cabeça, aflição/ me conduz por seus caminhos sem saber pra onde eu vou”. Há ainda parcerias com Zélia Duncan, a melíflua “Fina neve” (você é leve, só fina neve/ queimando a minha pele”), Moyseis Marques, o choro “Regional do Beija-flor”, que homenageia Pixinguinha e o samba “Perceba”. Com João Cavalcanti, o libertário “Ancestral” (“eu gosto do gosto das trovas/ mas gozo a libido das novas pitadas da revolução”), e Vidal Assis, que participa da compassada e pacifista “Valsa de ferro” (“resistir é ser feliz/ quando o vulto dos fuzis/ ameaça o que há de flor/ no rés do chão do meu país").

“Carrapicho” tem uma faixa em seu nome (de Teroca e Rodolfo), onde faz cintilar o instrumento e Monarco empresta a voz a “Obrigado pelas flores”, parceria dele com Manacéa. “Um dom dos bambas”, de Claudio Jorge passa a régua no conceito: “O samba é Luz, Diniz e Cruz, ele é Moreira e Lopes/ ele é da Vila e no desfile está na pista e camarotes/ se vou atrás encontro a paz, me leva de reboque”. 

O lançamento do disco será dia 8 de dezembro, no Teatro Rival Petrobrás.

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