Música

7 filmes brasileiros com trilhas sonoras marcantes

por Tito Guedes

sábado, 14 de setembro de 2019

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Tão rico quanto nossa música é o cinema nacional. O Brasil está repleto de cineastas muito talentosos, que até hoje enriquecem nossa filmografia com clássicos arrebatadores. E como a trilha sonora é fundamental para o impacto dramatúrgico de um filme, muitas vezes a Sétima Arte se aproveitou da riqueza da música nacional para criar trilhas sonoras impactantes, que entraram para a história e marcaram gerações. 

Criamos, então, uma lista de filmes nacionais com trilhas sonoras tão marcantes que acabaram se confundindo com a própria história do filme. Aqueles que, só de lembrar, já dá vontade de assobiar uma melodia presente na trama. Claro, essa lista poderia ser infinita, mas destacamos aqui 7 filmes especiais!

Confira nossa seleção e se achar que ficou faltando algum filme importante, deixe seu comentário logo abaixo! ;D 

1. O Ébrio (Gilda de Abreu, 1946)

Este enorme sucesso do cinema nacional da década de 1940 foi inspirado pela música homônima de Vicente Celestino, lançada na década de 1930. A letra de O Ébrio narra a trágica história de um homem que tem a vida arruinada e se afunda no alcoolismo. O filme, dirigido e roteirizado por Gilda de Abreu, contou com o próprio Vicente Celestino dando vida ao protagonista. 


2. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Farias, 1968)

Juventude transviada, carros potentes e muita música. Esses são os ingredientes principais de "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", primeiro filme estrelado pelo então Rei da Jovem Guarda. Na história, Roberto interpreta a si mesmo, enquanto foge de bandidos que tentam persegui-lo. Com muitas cenas de corridas e perseguições pela cidade do Rio de Janeiro, o filme é embalado por canções de Roberto feitas especialmente para a trilha sonora, como Eu sou terrível, Como é grande o meu amor por você, Por isso corro demais, Você deixou alguém a esperar, De que vale tudo isso e muitas outras. Essas canções, que imediatamente se tornaram hits, já haviam sido lançadas em dezembro de 1967 em LP homônimo de Roberto Carlos. Resultado: sucesso absoluto, que rendeu ao Rei a chance de estrelar mais dois filmes: "Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa" (1969) e "Roberto Carlos a 300 km Por Hora" (1971). 


 3. Gabriela (Bruno Barreto, 1983)

Inspirado no romance “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado, o filme narra a chegada da bela retirante Gabriela à cidade de Ilhéus, onde se apaixona pelo patrão Nacib. Com interpretação antológica de Sônia Braga, que deu vida à protagonista, o longa contou com trilha sonora original de ninguém menos que Tom Jobim. Misturando temas instrumentais com canções, Gal Costa emprestou sua bela voz a músicas que acabaram se tornando clássicos do cancioneiro nacional, como Tema de amor de Gabriela, Casório e Origem. Uma curiosidade é que Jorge Amado, o criador da história, costumava dizer que todas as suas personagens tinham a voz de Gal. Portanto, nada mais justo que a cantora eternizasse os versos da música tema: “Meu cheiro é de cravo/ Minha cor é canela/ E a minha bandeira/ É verde amarela.../ Gabriela/ Sempre Gabriela!”


4. Bete Balanço (Lael Rodrigues, 1984) 

Protagonizado por Débora Bloch, este filme conta a trajetória de Bete, garota que sai de Governador Valadares em direção ao Rio de Janeiro para tentar a carreira artística como cantora. Lançado no auge da era BRock, o longa é o retrato de uma época em que a juventude carioca presenciou o surgimento de inúmeros roqueiros que fizeram história na música nacional. Esses roqueiros, claro, marcaram forte presença na trilha sonora! "Bete Balanço", a música-tema, foi composta por Cazuza e Frejat e logo se tornou um dos grandes clássicos do Barão Vermelho. Além deles, a trilha conta também com Lobão (Me chama), Celso Blues Boy (Blues Motel), Titãs (Toda cor) e muitos outros. Alguns desses artistas chegaram a fazer uma participação em algumas cenas do filme. Um grande marco geracional! 


5. Bicho de Sete Cabeças (Laís Bodansky, 2001) 

Consciência sobre uso de drogas, loucura e relação parental são os temas desse filme antológico, que narra a história de um rapaz internado em um hospital psiquiátrico pelo pai, quando este encontra um cigarro de maconha em seu casaco. Aclamado em premiações e pela crítica especializada, o filme contou também com uma trilha sonora de impacto. Além de temas originais compostos por André Abujamra, há também a música Bicho de sete cabeças II (Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Renato Rocha), interpretada por Zeca Baleiro. A diretora Laís Bodansky decidiu incluir também uma série de músicas já lançadas pelo cantor e compositor Arnaldo Antunes, que tinham forte relação com o tema do filme, como O nome disso, O seu olhar, O buraco do espelho e Fora de si, que ganhou um clipe gravado na locação do filme, com participação de atores do elenco. 


6. Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes, 2003)  

Baseado na peça homônima de Osman Lins, esta comédia romântica que encantou o Brasil no início dos anos 2000 narra o encontro do malandro aventureiro Leléu com Lisbela, mocinha sonhadora que ama ver filmes norte-americanos de aventura. É impossível lembrar dessa história sem associá-la às músicas que a embalam, e que logo se tornaram sucessos. Produzida por André Moraes e João Falcão, a trilha sonora contou com Elza Soares (Espumas ao vento), Caetano Veloso (em memorável versão de Você não me ensinou a te esquecer), Los Hermanos (Lisbela) e até Sepultura (O Matador). 


7. Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016)

Um dos filmes nacionais mais elogiados dos últimos anos, “Aquarius” conta a história de Clara (vivida por Sônia Braga), que se nega a vender o apartamento em que morou a vida toda, resistindo ao assédio de uma construtora que quer demolir o prédio. Como, na história, a protagonista é uma crítica musical aposentada, ela possui uma vasta coleção de LPs em sua casa, os quais escuta vez ou outra. São muitas as cenas em que ela fala sobre música ou coloca um desses discos para tocar. Por isso, a trilha sonora surge no filme de maneira orgânica, no contexto da trama. As canções que ganharam destaque foram Hoje (Taiguara), O quintal do vizinho (Roberto Carlos), Pai e mãe (Gilberto Gil), Um jeito estúpido de te amar (Maria Bethânia), Nervos de aço (Paulinho da Viola) e Recife minha cidade (Reginaldo Rossi). 



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