Música

Hoje tem marmelada? O circo na música brasileira!

sexta, 27 de março de 2020

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Cheiro de pipoca, ruído de espanto e risadaria de criança ao fundo. Cores vibrantes, um ar de magia e um clima lúdico e festivo. O circo é uma atração que vive na memória afetiva de muita gente e é constantemente explorado pela literatura, o cinema e a música como cenário perfeito para histórias repletas de emoção, romance e poesia. 

No dia 27 de março comemora-se o Dia do Circo! A data foi escolhida em homenagem ao palhaço Abelardo Silva, conhecido como Piolin, que nasceu nesse dia no ano de 1897, em Ribeirão Preto. 

Para celebrar esta data, o IMMuB relembra agora exemplos de como o circo foi emoldurado em nossa memória musical, seja em discos ou em músicas de artistas que fizeram da lona colorida o mote de suas canções. Confira abaixo! 

Nara Leão 

Composta por Sidney Miller e gravada por Nara Leão no disco “Vento de maio”, a música “O circo” embarca no clima festivo e alegre de um espetáculo colorido que tem “charanga tocando a noite inteira”, além de “picadeiro” e “qualidade”. 

Os últimos versos da letra deixam claro como o circo simboliza, para muitos, uma doce lembrança da infância: 

Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança...


Jorge Ben Jor

O circo é alegria de viver”, canta Jorge Ben Jor na segunda faixa do antológico álbum “Ben”. Com uma letra típica da grife incomparável do compositor, “O circo chegou” descreve um picadeiro alucinante e surreal, com personagens dos mais absurdos: macaco cientista, cabra ciclista, homem avestruz, leão sem dente, anão gigante... tem de tudo!

Uma música pra te fazer viajar e torcer para que esse circo chegue logo em sua cidade!


Alceu Valença 

No clássico disco “A Arca de Noé”, que reúne temas infantis de Toquinho e Vinicius de Moraes, “A Foca” foi gravada por Alceu Valença, um artista que traz a influência do circo em toda as suas performances até hoje. 

A divertida letra descreve uma das imagens mais associadas ao circo: a foca treinada que bate palma e equilibra uma bola no focinho. Na gravação, a interpretação de Alceu para os bichos das mais diversas nacionalidades é impagável! 


Batatinha

Todo mundo vai ao circo
Menos eu, menos eu
Como pagar ingresso
Se eu não tenho nada?
Fico de fora escutando a gargalhada...

Esses versos de tristeza cortante são de autoria de Oscar da Penha, o Batatinha, um dos grandes nomes do samba da Bahia. “O circo” explora a dualidade da alegria/tristeza associada aos espetáculos circenses ao adotar uma melodia alegre, típica das melhores charangas, com uma letra tristíssima que fala de solidão de forma muito singela e sensível. 

A canção foi lançada por Maria Bethânia em 1972, no disco “Drama - Anjo Exterminado” e se tornou um clássico. 


Maria Bethânia

Mais de vinte anos depois, no disco “Âmbar”, Maria Bethânia retomou a temática circense ao gravar um delicioso blues de sotaque romântico, também intitulado “O circo”. Parceria de Orlando Morais com o poeta Antônio Cícero, a música se apropria da ideia do circo como metáfora para a representação do amor. 


Rita Lee

No álbum “Rita Lee e Roberto de Carvalho” de 1982, o casal lançou a música “O circo”, canção melancólica que também estabelece um contraste entre a aparente alegria do espetáculo e a melancolia da vida. A letra cita clássicos personagens, como o palhaço, a bailarina, o trapezista, a mulher barbada e o domador e narra as angústias e tristezas de todos eles. 


Embora a música não tenha se tornado muito conhecida, deu origem ao nome da turnê com a qual Rita percorreu diversos estádios brasileiros ao longo de 1982 e 1983. O espetáculo era montado em um palco em forma de lona e a roqueira abria o show vestida de palhaço e fazendo as honras da casa. Felizmente, a atração foi gravada e virou um especial de TV da Rede Globo. 


Egberto Gismonti

O músico Egberto Gismonti dedicou não só uma música, mas um disco inteiro ao tema! O álbum “Circense”, lançado em 1980, conta a história dos personagens de um circo através de temas instrumentais inspirados pela sonoridade das trilhas desse tipo de espetáculo. 

Além de figurar na lista da revista Rolling Stone Brasil como um dos 100 melhores discos de música brasileira de todos os tempos, o álbum ganhou uma arte gráfica irretocável, com a capa feita a partir de uma sobreposição que mostra o rosto de Egberto sob a entrada do picadeiro. 


Chico Buarque e Edu Lobo

Criado originalmente para o Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, “O Grande Circo Místico” estreou com enorme sucesso em 1983. Musicado por Chico Buarque e Edu Lobo, o espetáculo narra a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do Século XX. 

As músicas de Chico e Edu foram reunidas em um disco com a participação de diversos intérpretes, como Gal Costa e Tim Maia. A trilha sonora, claro, tem diversas músicas inspiradas por temas circenses, como a “Valsa dos clowns”, gravada por Jane Duboc, “Ciranda da bailarina”, “Na carreira” e a própria “Circo místico”, eternizada nesse disco por Zizi Possi


Seja como metáfora para o amor, a infância, a vida, ou de forma literal, o circo sempre esteve presente na música brasileira. Estes são apenas alguns exemplos que entraram para a nossa memória musical. Se lembrou de mais algum, não deixe de nos contar nos comentários!

E agora preparem-se para mais uma sessão, porque o show tem que continuar! 

Texto por: Tito Guedes

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