Comemora-se no dia 14 deste fevereiro de 2019 um centenário marcante para a música brasileira: o do cidadão Jacob Pick Bittencourt, que vem a ser o grande mestre do choro, da composição e do instrumento que se tornou sobrenome, Jacob do Bandolim.
Contam que, bombardeado pelos quatro maços diários de Hollywood sem filtro, Jacob procurou o médico, que foi taxativo: “Assim não dá. Reduza imediatamente para um maço e volte daqui a um mês”. Na volta, a pergunta: “Então, mestre, está fumando só um podia dia?”. E o gênio do choro: “Estou, doutor. Um Hollywood, um Miníster, um Continental e um Kent”.
O grande músico carioca morreu em 1969, com 51 anos, deixando uma obra estupenda. O primeiro bandolim lhe foi dado quando ainda entrava na adolescência. Aos 16 anos já vencia um concurso na Rádio Guanabara, tocando em um grupo regional. Seu instrumento preferido virou sobrenome e juntos compuseram choros como “Doce de coco”, “Noites cariocas”, “Receita de samba”, “Assanhado”, “Vibrações”, “A ginga do Mané”, “Treme-treme”, “O vôo da mosca” e outros.
O músico, que jovem ainda começou a se apresentar nas mais importantes rádios da época (entre elas, Educadora, Mairiynk Veiga, Transmissora e Ipanema), enquanto paralelamente exercia as profissões de prático de farmácia, corretor de seguros, comerciante e escrivão de polícia, deixou um acervo valioso, confiado pela família ao Museu da Imagem e do Som.
Jacob jamais ficou esquecido. No comecinho deste século, em 2002, pesquisadores e brilhantes músicos como Bruno Rian, Pedro Aragão e Sérgio Prata, conta com a força dos veteranos Déo Rian e Hermínio Bello de Carvalho, criaram o Instituto Jacob do Bandolim para recuperar, catalogar e colocar à disposição do público o que foi encontrado no acervo em poder do MIS. O Instituto Jacob do Bandolim está sediado no Rio de Janeiro.
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